terça-feira, 31 de julho de 2012

A Importância de Èsù na Porteira dos Terreiros




Já falamos nesse espaço sobre a importância de jogarmos água à rua, por exemplo quando chegamos na Casa de Candomblé. Na ocasião, explicamos que estamos pedindo licença aos donos da Porteira, em especial à Èsù. Hoje vamos falar um pouco a razão da existência de Èsù na porteira, tendo obviamente, todo o cuidado de não explanar aquilo que não é permitido, o chamado mistério da nossa religião.

Uma história Nago conta que havia um ...
grande sábio, que em razão do seu surpreendente conhecimento era invejado por muitos, até mesmo pala Morte (Iku) e pela Doença (Arun). Ao saber disso, esse grande sábio consultou um Babalorisa, intentando saber o que fazer para afastar um possível mal à sua integridade física. O Deus da Adivinhação, por meio do jogo, disse que ele seria atacado por Arun (a doença) e em seguida por Iku (a morte) e que para conseguir escapar, ele deveria realizar uma oferenda à dois Èsù, colocando um na entrada principal da sua casa e outro na entrada dos fundos. Assim o sábio fez, com o auxílio do Sacerdote.

No dia seguinte, Arun foi à casa do sábio e, ao chegar na porta de entrada, deparou-se com Èsù. Arun disse: “Me dê licença Èsù, pois quero entrar”. Èsù, que havia recebido as oferendas do sábio, disse à Arun que não permitia a sua entrada, que desse meia volta. Arun no entanto, não se deu por contente e tentou entrar pela porta dos fundos, mas lá, o outro Èsù também não deixou Arun entrar. Iku, fez o mesmo que Arun e não conseguiu entrar na casa do sábio.

Desde aquele dia, Èsù está na porteira dos sábios, evitando que coisas negativas entrem.

Ilé Òsùmàrè Aràká Àse Ògòdó

Sàngó e Yànsàn, uma única alma em corpos distintos.



É muito comum vermos nas obrigações de Sàngó, a presença imponente da rainha dos ventos, Yánsàn. Em Salvador, é muito comum ouvir os antigos membros do Candomblé, falarem que Sàngó e Yánsàn são uma única alma, quando mas por que isso?

Sàngó, almejava ser muito poderoso e respeitado, para tanto, resolveu consultar um Sacerdote, afim de saber o que o grande Deus da adivinhação lhe recomendaria. O Sacerdote disse à Sàngó, que...
o mesmo deveria realizar um sacrifício, de modo que o mesmo conseguisse seus objetivos.

Após a realização da oferenda, Sàngó passou a falar com uma voz de trovão, bem como, começou a lançar da boca, grandes labaredas que incendiava onde fosse de sua vontade (Obá Onínálénu... - "O Rei que solta fogo pela boca..."). Esses poderes fizeram com que Sàngó fosse respeitado por todos, sendo chamado de Erujeje (o temido).

Yánsàn, ante ao poder de seu marido, interpelou o Deus da Adivinhação, à busca de tornar-se tão poderosa como Sàngó. O Deus da Adivinhação, por sua vez, aconselhou à Yánsàn, o mesmo sacrifício outrora indicado à Sàngó. Assim Yánsàn fez, adquirido os mesmos poderes.

O grande rei de Òyó, foi tomado por uma grande cólera ao descobrir que sua esposa havia adquirido poderes semelhantes aos seus, iniciando uma grande disputa entre as duas Divindades. Yánsàn recorreu à Olódùnmarè, para que ele, o grande pai da criação, desse fim ao impasse. Olódùnmarè determinou que a partir daquele dia, a voz de Sàngó soaria como o trovão e que provocaria incêndios onde ele bem entendesse, mas para que isto pudesse acontecer, seria necessário que Yánsàn, falasse primeiro, para que o fogo de suas palavras (o brilho dos raios - "Imana") provocassem o surgimento do som das palavras de Sàngó (o trovão), assim como o fogo que elas produzem sobre a terra (os incêndios provocados pelos raios que se projetam sobre a terra).

É por este motivo, até hoje, não se pode ouvir o estrondo do trovão sem que antes, um raio ilumine o céu. Quando isso ocorre, os membros do Candomblé, tem por costume, saudar Yánsàn e Sàngó (Epa Hey, Kawoooo).

Na Bahia, é comum se dizer que Sàngó e Yánsàn são uma única alma, em corpos distintos, alusão a história supra narrada. No terreiro de Òsùmàrè, anualmente ocorrem as festividades de Yánsàn e de Sàngó, em que alguns rituais como o do Ajere, recordamos dessa antiga história.

Ilé Òsùmàrè Aràká Àse Ògòdó

Porque as Pessoas Antigas do Candomblé Emborcam o Copo após Beber? Mania de Gente Antiga, ou Conhecimento da Religião?

É muito comum, sobretudo em Salvador, observamos os antigos membros do Candomblé emborcarem o copo após terem bebido qualquer coisa. Muitas pessoas acham que é mania de gente antiga, mas porque eles fazem isso?

Uma antiga história Nago, diz que Ògún viajou por longos sete anos, desbravando novas terras. Ao retornar para a sua cidade, Ire, ninguém o reverenc...
iou, pois estavam em voto de silêncio que durariam sete dias. Além do silêncio, ficariam em jejum, razão pela qual, esvaziaram todas as vasilhas que continham água, para evitar olhar para o líquido, o que lhes daria mais vontade de beber.

Ogun ficou muito irritado, pois ninguém o reverenciou e, ao ver muitos copos, começou a procurar algo para beber e saciar sua sede. No entanto, todos estavam vazios, afinal toda a população ficaria em jejum por sete dias. Sem conseguir imaginar a razão daquilo, Ogun cometeu um grande ato violento contra aquelas pessoas, dizendo que ninguém o reverenciou e ninguém deixou nada para que ele pudesse beber. Seu Pai, ao chegar e ver o que Ogun estava fazendo, o advertiu, lembrando que todos estavam em voto de silêncio, razão pela qual as pessoas não o cumprimentaram e, todas as vasilhas estavam vazias, sendo que eles estavam de jejum.

Em lembrança dessa história, as pessoas na casa de Candomblé, após beberem, viram o copo, para que Ògún saiba que eles estão vazios, não despertando a sua ira.

 
Ìlé Òsùmàrè Aràká Àse Ògòdó

Porque jogamos Água à rua.

 

Porque Jogamos Água à Rua?

A misteriosa Religião dos Òrìsàs é norteada de costumes e dogmas, um deles é aquilo que chamamos de “despachar a rua”, que condiz em jogar três punhados de água, antes de entrar ou sair de casa. Mas porque fazemos isso? Primeiramente é importante recordarmos da importância da água na nossa cultura. No Candomblé não se faz nada sem água, ela que umidifica, resfria e fertiliza. Nós mesmos, antes de nascermos, no útero de nossa mãe, ficamos o período gestacional na água do ventre materno, somente isso já seria o suficiente para sermos gratos à água diariamente, afinal, sem ela não existiríamos.
Há muitos momentos em que despachamos a porta. As ocasiões mais comuns são ao acordamos, ao sairmos de casa e ao retornarmos para casa. Mas não são somente nesses momentos. Por exemplo, há determinadas cantigas que retratam um momento de muita turbulência na vida do Òrìsà, podendo despertar sua cólera se entoadas em momentos inoportunos. Nessas situações, o Babalòrìsà ou Ìyálòrìsà, sempre atento, solicita à uma antiga egbon, que jogue água à rua, apaziguando o Òrìsà que foi recordado de um momento adverso em sua vida no Aye.
Em suma, em todos esses momentos, o objetivo é apaziguar. Há uma frase em yorùbá que diz “Somente a Água Fresca Apazigua o Calor da Terra”. Ao acordamos, despachamos a porta, recitando palavras que tem por objetivo, pedir que aquele dia seja de tranqüilidade e de harmonia. Quando estamos saindo de casa, jogamos água à rua, rogando à Èsù Oná (O Senhor dos Caminhos), que aquela água, apazigúe os caminhos que vamos percorrer e que, sobretudo, não nos deparemos com situações que nos exponha a riscos.
Ao entrar na Casa de Candomblé, por exemplo, despachamos a rua, pedindo licença aos Donos da Porteira, reverenciando-os sempre. Em muitas casas de Candomblé a porteira está sempre aberta, isso não significa que não há dono, muito pelo contrário. Nesse aspecto, pedimos licença (Ago) aos Donos da Porteira, mostrando nosso respeito e, pedindo que a água resfrie a terra, até o momento em que, vamos nos purificar por meio do Omi Ero ou Omi Agbo, para poder então, partilhar do convívio no Terreiro de Asè.
Por isso, jamais se esqueçam, apazigúe a terra antes de caminhar sobre ela.

Que Òsùmàrè Arákà esteja sempre olhando e abençoado todos!!!

Ilé Òsùmàrè Aràká Àse Ògòdó

Texto da Casa de Oxumarê-BA

Conceitos de Iwá Pèlé – O bom caráter


Parte 2.

Ifá é uma disciplina espiritual enraizada na idéia de que o desenvolvimento de Iwá Pèlé ou Bom Caráter é a chave para entender o destino.
Há um provérbio iorubá que diz:
Ayanmó ni Iwá Pèlé, Iwá Pèlé ni ayanmó.
Este provérbio traduzido aproximadamente significa:
Destino é bom caráter, bom caráter é destino.
É a partir da referência mítica que se diz:
“… quando o destino é incerto, é o bom caráter que eu escolherei.”
A ingerência metafísica aqui é clara, se você está incerto sobre o seu destino simplesmente faça a coisa certa naquele momento.
Nascemos ómó rere, que significa: boas pessoas e bem-aventuradas.
O que sugere que fazendo a coisa certa no momento certo não poderemos estar em oposição ao nosso destino.
A língua litúrgica Iorubá é freqüentemente criada através do uso de elisões.
Uma elisão é uma sentença encurtada em língua iorubá para formar uma palavra.
Por exemplo, a palavra Ifáyabale é uma referência em Ifá ao ritual de resolução de disputas.
A palavra é Ifáyabale, elisão Ìyá bàbá ilé.
Significando:
A sabedoria das mães e pais da terra.
Isto é tanto uma referência ao processo ritual como uma indicação clara da metodologia da resolução dos problemas.
É com a orientação dos mais velhos que nós resolvemos nossos conflitos.
Vamos usar a metodologia de análise da linguagem para termos outro olhar para a frase:
Ayanmó ni Iwá Pèlé, Iwá Pèlé ni ayanmó.
Da elisão:
Ayanmó ni Iwá ope ile Iwá ope ni ayanmó.
Temos a tradução do destino inicial sugerindo que o bom caráter é o nosso destino e nós temos uma camada mais profunda que significa olharmos para as palavras originais que formam as elisões da sentença.
A tradução torna-se então a árvore ancestral.
É o caminho para saudar a terra, saudamos a terra através da árvore ancestral.
Quando olhamos para a fonte das elisões começamos a entender o contexto desta cultura que leva à criação de palavras e frases usadas para expressar idéias espirituais.
A árvore Ayan é usada na cultura iorubá tradicional como um altar ancestral.
A idéia de uma árvore sendo usada como um altar ancestral é baseado no símbolo da árvore da vida, o que significa que vem das raízes, nos torna o motor que da a luz e as mudas.
Uma árvore é uma manifestação viva dos ciclos de: vida (Ogbè méjì), morte (Òyèkú méjì), transformação (Ìwòrì méjì) e renascimento (Òdí méjì).
Ayan está servindo como um lar para centenas de grandes e antigas espécies de animais que vivem em harmonia em um espaço muito pequeno.
Esta harmonia cria o ventre do igbodu (cabaça da existência) que é o significado da floresta. Um igbodu é um portal inter-dimensional que liga o Òrum ao Ayè ou o Céu a Terra. Esses portais criam flashes de luz ao redor da árvore que se parece com lâmpadas se acendendo. Estes flashes de luz são chamados de Espírito do Pássaro Éyèle, significado que o pássaro Éyèle é usado pelas mães mais velhas para se comunicar diretamente com os Imortais no Òrun. A árvore Ayan também é usada para fazer tambores bata que são usados ​​para se comunicar com Egun e alguns Ebora.
Egun é o espírito coletivo da linhagem ancestral de uma pessoa. Eborá são ancestrais divinizados que funcionam como avatares das Forças da Natureza chamado geralmente de òrìsá. A árvore Ayan é o lugar onde o iorubá tradicional se comunica com seus ancestrais e da árvore Ayan é feito o tambor que é usado para invocar os estados alterados de consciência que melhoraram esta comunicação.
Então, o que o provérbio, Ayanmó ni Iwá Pèlé, Iwá Pèlé ni ayanmó, está nos dizendo?
Ele está dizendo que devemos usar a sabedoria dos antepassados ​​para saudar a Terra. Aos nossos olhos pode nos parecer uma expressão estranha, especialmente no que se refere à idéia de Bom Caráter (Iwá Pèlé).
Na cultura iorubá tradicional você deve cumprimentar uma pessoa idosa. É o trabalho dos mais velhos que nos guiará no caminho do desenvolvimento espiritual. Dizemos que os anciãos guiam-nos para saudar a Terra e chamar a Terra de ancião e dar a entender que devemos viver em harmonia com a Terra, pois esta é a chave para o crescimento espiritual. Ifá está enraizado na idéia de atunwá (reencarnação). A crença da cultura iorubá tradicional é a de que estamos renascendo dentro de nossa linhagem biológica e que o nosso nascimento traz consigo a responsabilidade moral de corrigir o que está quebrado na história de nossa família. Para que essa evolução espiritual ocorra os seres humanos precisam de um lugar para viver a experiência com atunwá e o lugar que escolhemos é chamado Onilé ou Terra. Se Onilé morre a experiência com atunwá morre com ele. Isso significa que nossa primeira obrigação espiritual e disciplinar é desenvolver o Bom Caráter e cuidar da Terra. Em termos simples, nós temos a obrigação moral de deixar a Terra como um lugar melhor de se viver. A Terra é a plataforma através da qual nós escolhemos para abraçar o processo de crescimento espiritual. Na minha humilde opinião os humanos não estão fazendo um trabalho tão bom em deixar a Terra em melhor forma do que a encontramos.
Ifá pode consertar um mundo quebrado.
Esta frase faz parte das escrituras sagradas,..
Eu acredito que seja verdade.
Oração coletiva é entendida na cultura iorubá tradicional como a capacidade de abrir portais na Terra. Esses portais são chamados ventre do igbodu, que significa ‘a floresta’. Para uma cultura que define o Bom Caráter por meio da elisão Iwá Pèlé, a idéia de portais abertos por meio do uso da oração não é difícil de entender. Recentemente eu terminei uma questão sobre a visão de uma cidade americana. Esta área foi utilizada por antigas culturas indígenas nos Estados Unidos como um centro de ritual e centro de treinamento para o sacerdócio. O canyon contém kivas numerosas. A kiva é um círculo de pedras enterradas no solo e utilizadas para realizar o ritual. Os kivas em Chaco Canyon são o seu igbodu. Eles são portais para os reinos invisíveis da Criação que Ifá chama de Òrum. Fui abençoado em Chaco Canyon ao receber instruções sobre a Terra. No mesmo momento em que eu recebi uma mensagem no Canyon uma tempestade de vento soprou e se abriram as portas da minha casa que ficava a 600 milhas de distância. Cada vez que eu piso em uma kiva sou imediatamente saudado com uma visão nova e diferente.
Era uma espécie de mudar os canais na TV. Consciência? Talvez.
Eu prefiro acreditar que quando chegamos para saudar a Terra, a Terra irá responder, dando-nos orientação.
Isso é o que fazem os anciãos, pois a Terra é a Mãe de todos. Vivemos em um universo holográfico. Isso significa que sempre haverá manifestação da Criação, isto está contido dentro de cada átomo da Criação. As informações que precisamos para corrigir o que está quebrado estão ao nosso redor e em toda parte. A pergunta é:
Como podemos acessar essa informação?
Temos acesso à informação para a saudação da Terra, significando, sabermos humildemente usar a sabedoria dos antepassados ​​para nos ensinar como nos comunicar com Ayan, a árvore da sabedoria ancestral.
Esta idéia foi muito bem expressa no filme Avatar quando a árvore, no centro da comunidade indígena, reunia os recursos do planeta para defender-se contra uma invasão militar. Sim, eu sei que era um filme, porém está enraizado na verdade.
Ire o.

Fonte Crédito: Ary Carvalho (Da Ilha) - Culto a Ìfá
Por: Áwo Fatunmbi

COMPORTAMENTO DE INICIADOS E ABIAN

  

Creio que este assunto não se esgota facilmente. As relações intespetuosas entre filhos e sacerdotes dentro dos Ilè Àse precisam ser cada vez mais lapidadas. Os tabus referentes a maus tratos (físico, oral e gesticular) contra sacerdote, ancião, pai e mãe desagradam os olhos de Òlódúmarè.
O assunto abordado abaixo pede uma reflexão, vivemos pedindo respeito pelo nosso culto/religião, será que estamos respeitando-os com devido peso, com a mesma reciprocidade.
Òrúnmìlá no Odù Òsá’Ìwòrì nos diz:
“Se eu lhe der tudo que você me pede, será que você irá se esforçar por si mesmo.”
Boa leitura.
  1. Cuide do seu santuário (se tiver algum) com sinceridade, humildade e limpeza. Não se aproxime de seus santuários se você foi beber fumar ou ter relações sexuais. E nunca venha de forma “impura”.
  2. Não faz sentido para mim se você usa ilekè e se veste como uma “stripper” ou “bandido”. Então, por favor, vista adequadamente se você estiver usando ilekè.
  3. Nunca finja ser algo que você não é. Se você recebeu um igbá e não passou por Igbodu (processo de iniciação), então você só tem um igbá de òrìsá. Você não é um sacerdote ou a sacerdotisa da divindade assentada.
  4. Se o seu pai diz que você precisa ter relações sexuais com ele para remover qualquer tabu ou para subir na vida, fuja dele. Ele é charlatão, uma fraude e etc.
  5. Se estiver participando de um sire òrìsá, por favor, se vista adequadamente. Minissaias, tops, shorts, não podem, usar calças compridas também não, ficar na frente dos atabaques é desrespeito ao Ilè e ao òrìsá.
  6. Ao cumprimentar um sacerdote ou sacerdotisa em público, é apropriado Kunle (reverência leve, dobrar joelhos) ou mesmo Dobale (ir ao chão) para eles. Eu sei que isto vai levantar as sobrancelhas, mas para fazer Foribale para alguém em público em um ambiente não espiritual é um sinal de arrogância.
  7. Como cumprimentar um santuário ou sacerdote depende do seu sacerdote. Eu já vi isso ser feito de forma diferente por pessoas daqui dos estados e do exterior (Nigéria e Daomé). Quando em dúvida, mostre o seu respeito.
  8. Nunca se deve fumar beber, usar drogas, ter relações sexuais, usar de palavrões enquanto se usa seu ileke (fio de contas). Estas são ferramentas sagradas que foram dadas a você e você deve tratá-las como tesouro.
  9. Se você não estiver satisfeito ou deseja sair da casa espiritual do seu sacerdote e o seu desejo é seguir em frente, de a devida notificação. Solicitamos que se possível, ofertar Adimu de partida (oferta) e seguir seu caminho em paz.
  10. Nunca use o que foi ensinado pelo seu sacerdote para fazer mal aos outros. Lembre-se a energia que você colocar para fora vai voltar para você. Se você enviar a negatividade, a negatividade vai voltar para você. Se você enviar amor e paz, o amor e a paz vão voltar para você.
  11. Nunca, jamais, doe seus igbás. (ouça seu sacerdote!). Um Igbá òrìsá deve nascer dentro do santuário, Igbá não nasce por osmose! Isto é um tabu, mas infelizmente e vergonhosamente muitos estão fazendo isso.
  12. “Compra de Igbá”, tem gente tentando acumular o maior número possível e isto não é bom, se você não tiver autorização através da adivinhação adequada de montar seus Igbás não o faça. Ter um Igbá Òrìsá é um trabalho árduo. Estes são representações do òrìsá e requer muito cuidado.
Lembre-se, não é sobre você (humano), nem sobre mim, mas sobre Egúngún, irunmolè, òrìsá e Òlódúmarè!

Fonte/Crédito: Ary Carvalho (Da Ilha) - Culto a Ìfá.